Local: El Infierno
Quem conhece o El Infierno (ex La Portenha) sabe como ele é
apertadinho. Principalmente em noite de open e com o DJ colocando mais gente no
seu caminho até a bebida.
Estava com dois amigos da faculdade, Gahzela e Gui,
esperando para ser atendida quando algo começa a mexer no meu cabelo. Olhei
para a Gah com cara de “Eu conheço o que está movendo meu cabelo?” e notei que ela
começou a rir da minha cara e da situação. Quando me virei, era um moço X quem
mexia. Ele abriu um sorriso how you doing? e esperou outro de volta.
Antes de qualquer reação, o Gui, essa criatura do gingado
singular, me puxou para perto e perguntou antes “Você gostou dele, Shellby?
Pelo amor, eu não gostei, não dá.” – eu, na minha inocência das atitudes
mirabolantes do Gui, só respondi que não, estava ~de boa~.
Então o Gui chegou mais perto do nosso galã dos cabelos e começou
se apresentando para ele. Até aí tudo bem. Na hora de me apresentar, ele soltou
a seguinte frase:
- Essa é a Shellby! Minha amiga trans!
Peraí. TRANS???
- Muito boa a cirurgia dela né? Nem dá pra imaginar que ela já foi homem!
(enquanto isso eu era avaliada entre as pernas pelo cara. Legaal,
bacaaana.)
Eu tentei dizer algo para fazer o Gui para, mas a situação
era tão..tão do tipo de coisa que acontece comigo que eu desisti:
- O nome dela era Gustavo, hoje em dia é Shellby. Só falta o
silicone, mês que vem ela coloca. E aí, você curte? Tem preconceito?
Por favor amiguinho, saia correndo daqui. Não, né? O cara TINHA que responder. Eis a
resposta:
- Viiixi, a minha ex também não tinha nada de peito, nem vou
notar a diferença!
Imaginem minha cara de “VOCÊ ACREDITOU QUE EU SOU TRANSEXUAL?”
ao mesmo tempo olhando para o culpado de tudo aquilo (e ele morrendo de rir,claro).
Aproveitei a brecha , peguei uma bebida e saí de lá na máxima velocidade que as outras pessoas dançando permitiram. Fui ser trans lá do outro lado do bar.
Gui, inventando situações constrangedoras criativas para me
livrar de carinhas estranhos.
Ah sim, agora quase sempre ele me apresenta tranquilamente
como a amiga trans. E eu preciso ficar gesticulando um NÃÃAO por cima do ombro
dele cada vez que faz isso.
Obs. Se você convive pessoalmente e vai checar pra ver se eu
realmente tenho peitos pequenos, deixa eu já encurtar seu trabalho, fofo – SIM,
EU TENHO. *complexada *U_U~~
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